IMUTÁVEL ESPERANÇA

Verde, que te quero verde...
Federico Garcia Lorca

Quero-te verde, Esperança minha,
Quero-te verde, no Inverno ou Outono,
Verde te quero, na vigília ou sono,
Sempre Esperança, nobre ou comezinha.

Quero-te verde, minha Primavera,
Verde, tão verde, como a própria vida
Que decai e renasce, indesmentida,
Sempre presente, sem demora ou espera.


Quero-te verde, mesmo quando ocorra
O momento final da despedida,
Que irei confiado em minha sobrevida,
Desde que o teu verde me assista e me socorra.

Quero-te verde, minha doce amiga,
Tão verde, que torne aquele instante
Virente broto, pertinaz, constante,
E eu, confiante, sem temor, prossiga...


Antonio Lázaro de Almeida Prado