CONSTRUÇÃO

Envolver o Mundo
Em abraço estreito
Como se meu peito
Com vigor fecundo
Fosse todo feito
Só para esse efeito
De um amor profundo.

Abraçar a Vida
Com total ternura
Como se de pura
Luz impressentida
Fosse a tessitura
(sem taxa ou usura)
por todos fruída.

Construir a Terra
Sementeira farta
Que o pão reparta
Onde não se encerra
Onde não se enterra
Fruto, ciência ou carta,
Como quem se aparta.

Entoar um Canto
Alegre, jocundo:
Bem, de todo mundo
Bem, que não se oculta
Bem, que não insulta
Bem, que não se enterra
Mas que abraça a Terra.

Do Poeta Antônio Lázaro de Almeida Prado