Cantiga da Lua
[...]
Óh, moça, de olhos cor da Lua!
por ti, teu riso , teu amor,
roubava versos, os meus... de todo mundo
te dava ocultos no ventre duma flor.

Teu corpo, a boca eu ficaria
tu’alma despida toda nua,
feliz, em riso comovido
na rua... contigo à luz da Lua.

E se morrer depois por teu fascínio
tantas vezes que ousar eu o farei,
p’ra não dizer depois, poeta descuidado
“Encanto, passaste eu nem notei”.

Eduardo de Alencar
As Cartas de Outono – junho de 2000