É minha hora infinita da Patagônia,
galopo estendido no tempo como se navegasse,
atravesso os tenros rebanhos trocando de passo,
para não ferir as nuvens de espessa roupagem,
a estepe é celeste e cheira o espaço a sino,
à neve e o sol macerados no pasto pobre:
gosto da terra sem habitação,
o peso do vento que busca
meu peito curvando a ramagem de minha alma.

Pablo Neruda